segunda-feira, 26 de setembro de 2011

INTERTEXTUALIDADE



INTERTEXTUALIDADE



• A intertextualidade é uma espécie de conversa entre textos; esta interação pode aparecer explicitamente diante do leitor ou estar em uma camada subentendida, nos mais diferentes gêneros textuais. Para compreender a presença deste mecanismo em um texto, é necessário que a pessoa detenha uma experiência de mundo e um nível cultural significativos.

• O intertexto só funciona quando o leitor é capaz de perceber a referência do autor a outras obras ou a fragmentos identificáveis de variados textos. Este recurso assume papéis distintos conforme a contextura na qual é inserido. A pressuposta cultura geral relacionada ao uso deste mecanismo literário deve, portanto, ser dividida entre autores e leitores.


• E não há limite para as esferas do conhecimento que podem ser acessadas tanto pelo produtor do texto, quanto por seu receptor. Isto significa que o intertexto não está somente ligado ao contexto literário. Ele pode estar presente na pintura, a qual pode interagir com uma foto produzida séculos depois; na publicidade, quando, por exemplo, o ator que anuncia o Bom Bril está trajado como a Mona Lisa, criada por Leonardo da Vinci.

• No caso desta propaganda, o intérprete compara a forma como o ‘Mon Bijou” deixa a roupa bem limpa e perfumada, com a criação de uma obra-prima, alusão à criação de da Vinci. Seu idealizador, portanto, faz uma analogia entre o produto que deseja vender e a elaboração de uma imagem pictórica, levando ao consumidor a possibilidade de se atualizar culturalmente.


• Há pelo menos sete tipos de intertextualidade.

• A Epígrafe é um pequeno trecho de outra obra, ou mesmo um título, que apresenta outra criação, guardando com ela alguma relação mais ou menos oculta.
O dia da criação - Vinicius de Moraes

“Macho e fêmea os criou.”
Gênese, 1, 27

I
Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.
(...)



• A Citação é um fragmento transcrito de outro autor, inserido no texto entre aspas.

• Aprendendo a citar, aprendendo a dar valor
Assim como já diria Armando Nogueira: “Copiar o bom é melhor que inventar o ruim”, em todo o tipo de trabalho ou criação de projetos, acabamos copiando ou emprestando parte do conhecimento de outras pessoas. Entretanto, isso não ocorre porque não tivemos a capacidade de pensar em algo do gênero antes, mas sim porque existem fontes que realmente servem como base para desenvolver um trabalho, e, consequentemente, devem ser usadas e consultadas.
Copiar o bom não é feito, de maneira alguma! Feio é copiar e não citar a fonte... Fazendo isso, você acaba se apoderando e levando créditos com base no conhecimento de outra pessoa, sendo antiético e completamente deselegante. É a mesma coisa que ocorre quando você tem uma ideia mirabolante, seja no trabalho ou na escola, e alguém vai lá, copia o que você fez e ainda diz “Fui eu que fiz!”. Que tipo de sentimento você teria? Certamente, você não ficaria feliz.
Mas muita gente deve pensar: “Ah, ninguém nem vai descobrir”, mas pode ter certeza que alguém, um dia, descobrirá. Existem casos de alunos que foram expulsos de Universidades pelo fato de terem copiado na íntegra o trabalho de outras pessoas. Para evitar problemas, enaltecer o trabalho dos outros (que, afinal de contas, devem ter suado a camisa para desenvolvê-lo) e fazer com que os seus trabalhos tenham citações corretas, a NBR 10520 está disponível.”
• FONTE: http://www.tecmundo.com.br/tutorial/834-aprenda-a-usar-as-normas-da-abnt-citacao-2-de-4-.htm



• A Paráfrase é a réplica de um escrito alheio, posicionado em um uma obra com as palavras de seu autor. Este deve, portanto, esclarecer que o trecho reproduzido não é de sua autoria, citando a fonte bibliográfica pesquisada, a fim de não cometer plágio.
Paráfrase são frases parecidas. É a reescrita de um texto sem que haja perda de sentido. Para isso, vários recursos podem ser utilizados:

Emprego de sinônimos;
Emprego de antônimos apoiados em palavras negativas;
Mudança de ordem dos termos no período;
Omissão de termos facilmente subentendidos;
Mudança de voz verbal, entre outros.

O texto e suas possíveis paráfrases devem ser lidos com máxima atenção. Havendo mudança de sentido, a reescrita não pode ser considerada uma paráfrase. Observe:

TEXTO
“A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.” (Américo Barbosa, na Folha de São Paulo)

Reescrevendo:

a) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet. (PARÁFRASE)

b) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no mundo todo, por qualquer um. (PARÁFRASE)

c) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo todo, a internet. (PODE SER VERDADE, MAS NÃO É PARÁFRASE)

Observe que nas letras a e b houve conservação do sentido do texto, ou seja, sua semântica foi mantida. Agora, na letra c, NÃO É A MENTE DE DEUS QUE ACESSA ... O texto diz que ELA É ACESSADA POR QUALQUER UM.

ATENÇÃO!!
* Cuidado na mudança de posição dos termos da frase. Às vezes, estas mudanças causam alteração no sentido do texto.


• A Paródia é uma distorção intencional de outro texto, com objetivos críticos ou irônicos. EXEMPLO:
“Bem brasileiro


Chapeuzinho Vermelho recebe um e-mail de sua mãe dizendo que a avó tinha acabado de ser operada: acabara de fazer uma lipo, colocou botox. Portanto, chapeuzinho deveria visitá-la.
Chapeuzinho decide levar sorvete para sua avó, aliás, sorvete diet, pois ela já é uma pessoa de idade, apesar de não admitir. Chapeuzinho resolveu, então, pegar o coletivo para ir ao hospital.
O problema é que seu ex-namorado Lobo, um sujeito barra pesada, ficou sabendo da história e resolveu se antecipar, pegando um moto-táxi. Logicamente, ele chegou antes, pois Chapéu teve de enfrentar um ônibus lotado e um trânsito infernal.
Ao chegar no hospital e se deparar com a velha, o lobo sacou seu trêsoitão e mandou chumbo na velha. Chapeuzinho havia acabado de chegar e assistiu aquela cena digna do Linha Direta. Tentou chamar a rádio patrulha, porém, a polícia estava em greve.
Então, num acesso de fúria, inspirada pelos filmes do Van Damme e Schwarzenegger, ela ataca o Lobo e o desarma.
No entanto, na luta, eles acabam se beijando apaixonadamente, pois se lembraram dos momentos maravilhosos que passaram juntos.
Depois, Chapéu se lembrou da vovó agonizante, mas para surpresa de todos, a velha sobreviveu graças a prótese de silicone, que alojou a bala. E então, todos viveram felizes até a conta do hospital chegar, já que a vovó não tinha plano de saúde”. Luis Felipe Silva

• O Pastiche é a imitação rude de outros criadores – escritores, pintores, entre outros – com intenção pejorativa, ou uma modalidade de colagens e montagens de vários textos ou gêneros, compondo uma espécie de colcha de retalhos textual.

Oração do Bebum

Whisky e Vodka,
que estão no bar
Alcoolatrado seja o nosso fígado
. Venha a nós o copo cheio
nunca apenas pelo meio.
Seja feita a nossa cachaçada
Assim no buteco como na calçada
O mé nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas bebedeiras
Assim como nós perdoamos A quem não tenha bebido.
Não nos deixai cair na Coca Diet
E livrai-nos da água gasosa, Barmem

O pastiche, procedimento que mescla estilos, também foi cultuado por Manuel Bandeira, como neste "Hai-kai" tirado de uma falsa lira de Gonzaga, em que o poeta pernambucano recorre a uma forma lírica japonesa para imitar o lirismo da obra árcade Marília de Dirceu:

Quis gravar "amor"
No tronco de um velho freixo
"Marília", escrevi.

FONTE :http://pt.wikipedia.org/wiki/Pastiche

• A tradução se insere na esfera da intertextualidade porque o tradutor recria o texto original.

The raven – O Corvo, Edgar Allan Poe

Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of someone gently rapping, rapping at my chamber door.
" 'Tis some visitor," I muttered, "tapping at my chamber door -
Only this, and nothing more."

Machado de Assis

Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."

Fernando Pessoa

Numa meia-noite agreste,
quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia,
ouvi o que parecia
O som de alguém que batia
levemente a meus umbrais
«Uma visita», eu me disse,
«está batendo a meus umbrais.
É só isso e nada mais.»

FONTE: http://www.utp.br/eletras/ea/eletras20/textos/Primeiros_ensaios_20.4_Traducao_poetica_O_corvo_BONACIN_SCHAFFEL.pdf

Percebam que as traduções são diferentes e rimadas.

• A Referência é o ato de se mencionar determinadas obras, de forma direta ou indireta.

• Provérbios populares na Canção de Chico Buarque

“Uma boa noite de sono combate os males”
“Quem espera sempre alcança”
“Quem brinca com fogo acorda queimado”
“Faça o que eu digo, não faça o que eu faço"
“Pense, antes de agir”
“Devagar se vai longe”
“Quem semeia vento, colhe tempestade”

Bom Conselho

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
(Chico Buarque, 1972)

Chico Buarque inverte os provérbios, questionando-os e olhando-os sob outro ângulo, atribuindo-lhes novos sentidos.
FONTE: http://educacao.uol.com.br/portugues/intertextualidade-textos-conversam-entre-si.jhtm


• A Alusão é uma figura de linguagem que se vale da referência ou da citação de um evento ou de uma pessoa, concreta ou integrante do universo da ficção, denominada interlocutor. Ela é igualmente conhecida como ‘intertextualidade’ ou ‘polifonia’.( Outras vozes )
A ALUSÃO consiste na utilização de uma frase ou expressão em que o ouvinte terá que fazer uso dos seus conhecimentos para que o sentido se torne claramente perceptível.
• EXEMPLO: "Fugi das fontes: lembre-vos Narciso."

(Reenviando, claro, para a lenda de Narciso, vendo a sua imagem projetada na água).

• O intertexto, portanto, não se refere apenas a textos literários, mas também a músicas, imagens – vídeos, filmes, todos os recursos visuais. Assim, em uma composição musical, no lançamento cinematográfico, na animação que se assiste em casa, na publicidade, nas pinturas e outras artes plásticas, enfim, em todas as linguagens artísticas, está presente a intertextualidade.


• Fontes:
http://drikamil-adriana.blogspot.com/2009/03/o-que-e-intertextualidade_4117.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intertextualidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pastiche
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alusão

DEPOIS ENVIAREI AS ATIVIDADES

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